Trotski e a NPE ( Nova Política dos Estudantes)
Teria sido em 1922, uma guerra civil aqui, umas fomes acolá que os trotes animalísticos nas faculdades (mentais, psíquicas?) de todo o país – quiçá do mundo - teriam sido criados?
Blasfêmia em demasia. A procura de uma origem, um “era assim lá em não sei quando” seria quase uma perda de tempo nesse momento em que fast food trabalha assim:
- Confere: três hambúrgueres, um livro do Kuhn, dicionário bilíngüe e um copo grande de café sem açúcar. Fritas acompanha, compañero?
Há em tese uma grande teoria acompanhando toda a gritaria e tinta de cada começo de ano e início de ciclo.
A começar: integração pelo seu contrário. Com toda tensão criada – e confessemos que isso às vezes leva ao choro compulsivo dos menos aptos - , cria-se um elo entre os perdidos, recém-chegados e essa sensação de pertencimento a um grupo de minoria oprimido irá criar laços de amizade. Então, o fortalecimento da “classe bixística” irá agregar as diferenças para formular a próxima opressão no início do próximo ciclo, quando a hierarquia é, em partes, rompida. A condição é elevada – vira-se veterano -, mas o estado é eterno- sempre se será bixo de alguém.
Outro ponto é a desconstrução da vitória. Depois de passadas horas em frente a livros (e livros e livros e livros), poucas trepadas e muitas noites sem dormir, passar no vestibular é uma vitória. Mas isso não quer dizer absolutamente nada. O que virá será outro mundo e as distinções – teoricamente- não serão feitas no interior da Perversidade (ou Universidade, prefira um). Você é só mais um, malandro (e malandro é o gato que nasce de bigode)
Tudo é dual, no entanto. Blábláblá, esse é um novo mundo de conhecimento, blábláblá, você terá que continuar tentando passar por cima de algum idiota pra conseguir alguma coisa e se não quiser tchau, seu lugar não é aqui. Você continuará noites sem dormir, mas ao menos irá trepar mais. E será induzido a pegar o diploma, acenar para a câmera de seus parentes emperequetados e sorrir achando que venceu alguma coisa.
Mas... voltando ao trote.
Tem a parada da solidariedade. E tem mesmo. Tem gente que doa sangue e tem gente que vai beber em cerveja a grana das pessoas que têm mais de quinze mil pra comprar um carro. Completamente viável (e isso não é irônico). Desintegrar os cursos, falar mal das outras faculdades, persistir nos estigmas docentes e unificar as opiniões sobre aquele mundo que acabará em... 4,3,2,1 anos. Isso sem contar as Depreciativas Permanências (DPs). Pintam a cara porque agora você irá ser uma nova pessoa (transmutação existencial) e pode-se escolher a veste, se quiser.
Animador a Faculdade, não?
Postado por: Kátia on the sky (whit diamonds)